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Parágrafo Novo

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    Greve de caminhoneiros e as consequências na economia

    Cristine Maia • dez. 27, 2022

    Confira como as greves de caminhoneiros afetam a economia do nosso país

    greve de caminhoneiros parados na rodovia

    Apesar de boa parte da população saber e conhecer a profissão de caminhoneiro, poucos sabem a importância da categoria para a economia do país. Nesse sentido, um pouco dessa importância é evidenciada durante greves gerais realizadas ao longo do tempo.


    Com a greve dos caminhoneiros de 2018, ficou evidente a necessidade de manutenção e valorização desses trabalhadores, mesmo esses pontos sendo pautas de protestos, a manifestação dos caminhoneiros não foram levadas a sério nem tão pouco solucionadas. 

    Motoristas rodoviários em greve em 1979 - Foto do arquivo público do Estado de São Paulo

    1979 - Minas Gerais e São Paulo


    Apesar da greve de 2018 ter entrado para a história como a mais famosa e mais conhecida do país, diversas outras paralisações já aconteceram, e de alguma forma, também impactaram a economia.


    A greve dos caminhoneiros com grande repercussão ocorreu em Minas Gerais, no ano de 1979, pelo aumento no combustível que teria sido anunciado. Por isso, os caminhoneiros exigiram 100% de aumento no valor dos fretes, a diminuição da comissões cobradas pelas empresas e também melhores condições de trabalho.


    Dessa forma, seria uma forma de compensar os quase 50% de aumento no combustível. Durante a paralisação, foram quase 50 milhões de litros de derivados do petróleo que deixaram de ser transportados.


    Ou seja, diversas cidades simplesmente ficaram sem gasolina por pelo menos 48 horas, evidenciando desde aquela época a importância dos trabalhadores para que o mundo continue funcionando.


    Apesar de ter iniciado em Minas, a greve ganhou corpo em São Paulo, quando caminhoneiros fizeram a mesma paralisação. Em Minas, os grevistas aceitaram os 21% de aumento nos fretes para parar a greve, mas em São Paulo esse valor precisou subir para 32% ou a greve iria seguir.


    Por fim, a greve em São Paulo se encerrou depois de, além dos 32% combinados, os governantes aceitarem dar um novo ajuste de quase 17% no próximo mês.


    1999 - Paralisação das indústrias de automóveis


    Em 1999, uma nova greve se iniciou no segundo semestre do ano, mais uma vez motivada pelo aumento no combustível, que seria de 9% na gasolina e mais de 7% no Diesel. Dessa vez, as solicitações iam desde redução no pedágio até isenção de impostos.


    Assim como no ano de 79, a paralisação deixou um prejuízo significativo, já que as montadoras ficaram completamente paradas durante os quatro dias de greve. Nesse caso, estamos falando da Fiat, Mercedes e Volkswagen, que pararam por completo.


    Depois de todo o transtorno na indústria de produtos automotivos, a indústria alimentícia também deu seu indício de colapso, quando a Sadia precisou paralisar as atividades. Com isso, os caminhoneiros conseguiram o congelamento nas tarifas de pedágio.


    Além disso, o valor do diesel também teria sua tarifa congelada, segurando o aumento por um tempo. Com isso, ficou evidente, novamente, o quanto uma paralisação da categoria poderia prejudicar a economia do país.


    Apesar do setor de automóveis ter sido o mais abalado, diversos outros ramos também tiveram com problemas

    na produção. Normalmente, causados pela falta de insumos que são transportados pelos caminhões para todo o país.


    2012 - prejuízos por falta de transporte


    Diferente das últimas greves citadas, a paralisação de 2012 não foi motivada diretamente pelos preços dos combustíveis. Naquela época, a motivação se deu por causa da  lei 12.619.


    De acordo com a lei 12619, os motoristas precisariam esperar 11 horas entre uma viagem e outra, o que não seria possível em decorrência da falta de estrutura nas estradas. A luta dos caminhoneiros foi para que não houvesse esse tempo de direção determinado.


    Ao todo, a greve durou uma semana completa, com direito a fechamento da Via Dutra, rodovia que liga o Rio de Janeiro à São Paulo. Assim, como já é de se imaginar, o fechamento causou um transtorno gigantesco, com mais de 30 quilômetros de engarrafamento.


    Motivações diferentes, mas impactos parecidos, a greve de 2012 também causou grandes problemas para a economia como um todo. Por exemplo, os mais de cinco milhões de reais que os produtores gaúchos tiveram de prejuízo pela falta de transporte do leite na semana.


    Além disso, causou a escassez de produtos em diversos mercados, causando naturalmente o aumento de preços nos estoques. No final, a greve atingiu tanto produtores quanto os para o consumidor final.


    Sem uma resposta imediata das autoridades, a greve só chegou ao fim quando se iniciou uma série de negociações entre a classe e o governo Federal. Para isso, o Ministério Público do Trabalho interferiu para entender a lei 12.619 2012.


    Assim, pouco tempo depois, a greve foi finalizada e a economia voltou a respirar com a volta da distribuição dos produtos diariamente. Ainda demoraram alguns dias para que os mercados se voltassem à normalidade.


    2018 - a maior greve da história


    Lembrada até hoje como a maior greve da história da categoria, a de 2018 é sem dúvidas a que mais causou impactos. Primeiramente, pelo seu tempo de duração, que chegou aos 10 dias de paralisação completa.


    O motivo, novamente, foi o aumento no valor do combustível. Assim, a paralisação como um todo não atingiu apenas uma região, mas todos os Estados do Brasil.


    Quanto às consequências, foram as maiores que se pode imaginar, inclusive paralisação de aulas nas escolas, morte de aves e suínos pela falta de ração. Além disso, o prejuízo geral da economia chegou em quase 50 bilhões de reais.


    Para conseguir parar a greve, o governo Federal precisou acionar as forças armadas para tentar liberar novamente as vias. Por isso, colocou na rua uma operação de Garantia da Lei da Ordem, que até o momento só havia sido usada para Estados.


    Ou seja, levou a operação a patamares a nível nacional, chamando inclusive a polícia rodoviária federal para ajudar nessa dissipação da greve. Dessa forma, a greve passou por alguns momentos de aceitação, mas não houve fim.


    Primeiramente, o governo anunciou a redução de 10% do preço do diesel nas refinarias, congelando suas tarifas. Depois, zerou a Cide e baixou mais 10% do Diesel nas refinarias por um mês.


    O motivo da greve não ter parado, foi a manutenção da alíquota de PIS e Cofins no Diesel, que era mais uma solicitação dos caminhoneiros.


    Contudo, concluímos que a categoria luta por melhorias há muito tempo, podemos perceber que a qualquer momento pode acontecer mais uma greve, já que os mesmos problemas ainda prejudicam a categoria. Sem os caminhoneiros, o Brasil não anda, concorda? Deixe seu comentário.

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